A relação entre nutrientes essenciais e a saúde reprodutiva das mulheres é um tema crucial na prática da nutrição. Recentemente, estudos têm explorado a relação entre a vitamina D e o hormônio antimülleriano (HAM), especialmente em populações específicas como as mulheres afro-americanas.
Um estudo recente intitulado “Association between serum 25-hydroxyvitamin D and antimüllerian hormone levels in a cohort of African-American women” investigou a associação entre os níveis séricos de vitamina D e HAM em 1.593 mulheres afro-americanas com idade entre 25 e 35 anos, e que não apresentassem diagnóstico de Síndrome do Ovário Policístico e que não estivessem grávidas.
O hormônio antimülleriano é um marcador importante da reserva ovariana e da saúde reprodutiva feminina. Enquanto a vitamina D desempenha um papel vital na regulação do sistema reprodutivo feminino, uma vez que seus receptores estão presentes em diversas células reprodutivas, como células da granulosa, endométrio, placenta, oócitos.
Estudos anteriores sugerem que a deficiência de vitamina D pode estar associada a distúrbios do ciclo menstrual, infertilidade e outros problemas reprodutivos. Este estudo específico buscou examinar como os níveis de vitamina D podem estar correlacionados com os níveis de HAM em mulheres afro-americanas.
E os resultados deste estudo revelaram uma associação significativa entre os níveis séricos de vitamina D e os níveis de HAM. Em resumo, as mulheres que apresentaram níveis mais elevados de vitamina D apresentaram também níveis mais altos de HAM, indicando uma potencial influência positiva da vitamina D na reserva ovariana e saúde reprodutiva nessa população.
Esses achados têm implicações importantes para os profissionais da área da nutrição, especialmente aqueles que trabalham com mulheres em idade reprodutiva.
Recomenda-se considerar a avaliação dos níveis de vitamina D em mulheres com preocupações relacionadas à fertilidade e saúde reprodutiva.
Estratégias para otimizar os níveis de vitamina D por meio de dieta, exposição ao sol e suplementação podem ser consideradas como parte integrante do cuidado nutricional para essas pacientes.
Referência:
Subramanian et al. 2024. Association between serum 25-hydroxyvitamin D and antimüllerian hormone levels in a cohort of African-American women. (DOI: 10.1016/j.fertnstert.2023.12.023)