O papel da nutrição na regulação hormonal feminina vai além de prescrever alimentos e suplementos que estimulam a produção de hormônios. Uma abordagem nutricional bem sucedida evita problemas típicos das mulheres como queda de cabelo, anemia, acúmulo de gordura abdominal, perda da libido e sintomas da menopausa.
Além disso, a nutrição também influencia na prevenção de doenças originárias a partir de desequilíbrios hormonais como diabetes tipo 2, hipotireoidismo, depressão e problemas mentais.
Pesquisas recentes apontam que 70% das mulheres brasileiras estão despreparadas para a chegada da menopausa e 50% têm algum tipo de problema hormonal. Por isso, entender os conceitos de metabolismo e regulação hormonal na mulher é vital para garantir uma saúde feminina adequada e maior qualidade de vida.
O que é metabolismo hormonal?
Metabolismo hormonal é um conceito que explora como as alterações e o funcionamento do organismo podem impactar a produção de hormônios em geral. Erros metabólicos, fatores genéticos e problemas de saúde não tratados ou negligenciados são os principais contribuintes para reduzir a eficiência do corpo em produzir esses sinalizadores endócrinos.
Alguns dos hormônios femininos que dependem de um metabolismo eficiente para serem sintetizados equilibradamente são o estrogênio, progesterona e o hormônio folículo-estimulante (FSH).
Diante de qualquer alteração ou mudança não programada, a hipófise e a tireóide, glândulas produtoras de hormônios, têm mais dificuldade para trabalhar. É aí que surgem problemas de saúde femininos comuns como depressão, tensão pré-menstrual, obesidade, osteoporose e síndrome do ovário policístico, por exemplo.
Como o metabolismo hormonal feminino funciona?
O metabolismo hormonal feminino funciona a partir da degradação ou construção de moléculas, processos chamados catabolismo e anabolismo. No catabolismo, substâncias mais complexas são hidrolisadas e utilizadas como fonte de energia.
Já o anabolismo apoia-se na construção de moléculas a partir de compostos menores, visando construir ou manter a estrutura dos tecidos e sistemas. Quando algo impede o anabolismo e catabolismo de funcionarem, o primeiro sinal que o corpo emite é a redução ou desequilíbrio na síntese de hormônios.
Este processo interfere no funcionamento não somente da hipófise como no do pâncreas, hipotálamo, tireóide e ovários, podendo prejudicar o corpo da mulher de diferentes formas.
Problemas de saúde associados a desequilíbrios hormonais femininos
1. Síndrome do ovário policístico (SOP)
É um problema de saúde caracterizado pelo aumento dos níveis de hormônios masculinos na mulher e pela formação de cistos em volta do ovário. Seus sintomas mais comuns incluem acne, irregularidades menstruais, crescimento de pelos na face, dificuldade para engravidar, cólicas e dores abdominais.
2. Menopausa precoce
A menopausa precoce acontece quando o ciclo da menstruação encerra-se antes dos 40 anos, devido a alterações hormonais agressivas. Ondas de calor, secura vaginal, mudanças drásticas no humor e aumento do risco de osteoporose e deficiência de vitamina D são algumas das suas consequências.
3. Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma doença que leva a baixa produção de hormônios na tireóide, tendo causas diversas como genética, presença de nódulos, má alimentação, influência genética ou deficiência de iodo, por exemplo.
Apresenta como principais sintomas típicos ganho de peso, fadiga generalizada, sensibilidade ao frio, ressecamento da pele e ganho de peso acentuado.
4. Endometriose
Pode ser definida como o crescimento de tecido endometrial fora do útero, levando a dores intensas na região pélvica, menstruações irregulares ou dolorosas e possíveis problemas de fertilidade.
É caracterizada pela descida da menstruação retrógrada, que além de sangue menstrual passa a ter tecido endometrial junto. Não tem uma causa principal, mas estima-se que as alterações hormonais facilitem a sua ocorrência.
5. TPM (Tensão Pré-Menstrual)
Os sintomas físicos e emocionais da TPM são causados principalmente devido às grandes flutuações hormonais que ocorrem nesse período. Felizmente, a irritabilidade, inchaço, mudanças de humor, cólicas e dores de cabeça apresentados podem ser amenizados com um plano alimentar personalizado.
6. Hipertireoidismo
É o contrário do hipotireoidismo, ou seja, ocorre quando a glândula tireoide produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo como um todo. Este erro endócrino também possui causas variadas, sendo a Doença de Graves e o bócio as principais. Tem como sintomas típicos perda rápida de peso, batimentos cardíacos irregulares ou acelerados, nervosismo, irritabilidade, aumento da transpiração e intolerância ao calor.
Influência da dieta e hábitos alimentares no equilíbrio hormonal
Uma dieta saudável e equilibrada é primordial para manter o metabolismo da mulher eficiente, resultando em uma produção adequada de hormônios. Os hábitos alimentares podem influenciar de maneira positiva ou negativa as funções biológicas e metabólicas femininas.
Alimentos ricos em gordura saturada, açúcares simples, conservantes e produtos químicos prejudicam o estado de anabolismo e catabolismo ao mesmo tempo em que afetam o funcionamento das glândulas hormonais.
Por outro lado, o consumo de alimentos anti-inflamatórios, ricos em microminerais como ferro, fósforo, potássio e zinco ou vitaminas lipossolúveis como complexo B e vitamina C causam um efeito contrário.
Por serem ricos em antioxidantes, eles protegem as células das glândulas e órgãos produtores de hormônios dos radicais livres e estimulam a função imunológica, fundamental no combate a infecções e no estímulo metabólico.
O nutricionista é um dos profissionais centrais na promoção de uma regulação hormonal feminina eficiente e saudável. Através dos alimentos e suplementos, é possível corrigir erros metabólicos, diminuir sintomas incômodos e equilibrar a síntese hormonal.
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